Um novo estilo de grafite vem ganhando diversas capitais do mundo ao trocar as latas de tinta por lenços, buchas, água e sabão. É o Reverse Graffiti, que leva os grafiteiros a limparem paredes e espaços públicos para criar diversas imagens que lembram o quão poluído é o ambiente em que vivemos.
A técnica não tem muito mistério. Esponjas, jatos de água e espátulas ajudam a raspar a sujeira incrustada nas paredes, grades e muros das grandes, e poluídas metrópoles. Em alguns casos, molduras de madeira ajudam a criar formas e reforçar o contraste que a água deixa nos lugares cobertos de fuligem.
Outra vantagem do Reverse Graffiti é a liberdade que os artistas têm de “grafitarem” muros e paredes inteiras sem medo de repreensão, afinal, pixar é crime, mas limpar não.
Quem não teve tanta sorte foi o brasileiro Alexandre Orion. Após limpar as grades da passagem subterrânea entre a avenida Europa e a avenida Cidade Jardim, criando uma imagem de caveiras ao longo de todo o túnel, ele viu sua obra ser destruída pela prefeitura, que ordenou a limpeza do local logo após o fim da ação.
"Durante a madrugada que trabalhei na 'limpeza' o túnel, foram várias as abordagens policiais. Porém, como previsto, ninguém podia me impedir de desenhar caveiras no túnel. Não havia crime em 'limpar'. O crime era ambiental: poluição para ninguém botar defeito. Só existia uma forma de impedir a 'limpeza' a minha maneira, limpando também", conclui.
Abraço, até +
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